Crônicas em Movimento
Pensar, escrever, compreender, mudar, ação, movimento. Este blog é um lugar onde organizei o que tinha de idéias, transformei em palavras e atribuí uma estrutura, com o objetivo de clarear as ações do porvir, para que meus comportamentos fossem e possam ser mais condizentes com minha felicidade e paz. Espero que seja o eliciador de pensamentos e ações de outros.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Mais uma vez, amor...!
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Brincadeira de amar
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
A partida
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
a vida por um cabo
Enquanto percorria os olhos por alguns vídeos caseiros que assistia, meus pensamentos se divergiam em opinião. Em um primeiro momento pensei: que gostoso e divertido podermos utilizar os diversos dispositivos disponíveis hoje para gravar cenas dos primeiros passos do filho querido, da primeira vez que provou uma laranja, o sono tranqüilo ou a peraltice para podermos rever, enviar para família e amigos distantes e até mesmo mostrar para esta criança quando crescida. O presente ganhado, a primeira viagem juntos, a noite no barzinho com os amigos. Momentos que valem um registro, sem dúvidas. Na contramão da previsão da nostalgia futura que necessitará desses recursos audio-visuais, coloquei-me no lugar do filmado ou fotografado, da criança que vê a mãe atrás de uma câmera. Neste instante considerei o quanto a relação está mediada por um aparelho eletrônico qualquer, pela vontade de se mostrar ou não para quem registra ou ser mostrado por quem registra, do distanciamento que se consolida. Imagino agora que as crianças têm uma missão ainda maior: não buscarem somente a admiração e afeto dos pais, mas também de um público. Buscar o pai ou mãe por trás daquele objeto. Falamos de relações mediadas pelo computador, eu diria, mediadas por eletrônicos. Que infeliz percepção. Antes da moda das páginas de relacionamento ou de vídeos, já era tão difícil o encontro entre pessoas. Existiam todos tipos de defesas que permeavam as relações e tornavam-nos distantes do eu saudável: o medo, a inveja, a mágoa, os traumas passados, que muitas vezes são colocados à frente em um encontro casual ou em uma discussão, na criação dos filhos, enfim, nem bem aprendemos a lidar com estes sentimentos, ou seja, com nós mesmos e já nos aparataram com dispositivos que permitem esse distanciamento. Distanciamento entre quem filma e quem é filmado, entre quem eu sou, quem eu gostaria de ser, como gostariam de me ver, como eu gostaria de ser visto.
Há um tempo fiz uma viagem. Todo o caminho de beleza esplendida. Contudo, a pessoa que me acompanhava havia esquecido a câmera fotográfica e reclamava a todo momento da bela paisagem que não podia ser registrada, chegando ao mau humor e quase eu também entrando neste estado. Olhei para a paisagem, para o que me era oferecido e que me colocava em cheque: qual seria minha escolha, contemplar, ficar em paz ou queixar da vida, da falta de sorte, o mau humor. Optei pelo belo, pela harmonia. Essa câmera realmente exerce muito poder nas pessoas. Te faz pertencer ao mundo virtual, em todos os possíveis significados dessa frase . Pergunto: onde deve ficar o verdadeiro registro?
domingo, 13 de junho de 2010
Prazer x felicidade
Os momentos de prazer podem produzir um bem estar, mas estes são efêmeros. Simbióticos, porém distintos, o prazer não tem nada a ver com a felicidade. A sociedade hedonista tem propagado que o prazer imediato te deixa feliz, por isso compre, experimente, se jogue, ao invés de seja, saboreie, não faça da sua vida um jogo, pois há muito o que perder. Momentos (estou compreendendo aqui o prazer como fruto do momento: aquele momento que come o chocolate, que compra aquela roupa, que usa aquela droga) tornam-se inesquecíveis...Ok, pode ser, mas quando meus clientes chegam falando sobre sua compulsividade e sua depressão, esses momentos nada valem de nada e cabe a dura tarefa de encontrar beleza numa vida constante, rotineira, cotidiana e torná-las em vidas felizes. As pessoas esquecem que também temos momentos de decepção, de mágoa, de irritação que estão completamente fora de nosso controle e nos derrubam desse pedestal de momentos. A imagem que me vem à cabeça é daquelas pilhas de produtos de supermercado. Imaginem uma dessas, de prazeres que você pode comprar, que estão ali à disposição e foram montados, logicamente, da base ao pico. Só que um desavisado chega e tira de repente aquele produto que estava bem embaixo, porque será colocado um outro tipo de produto, desprazeroso, que também deve começar da base, afinal, é o primeiro. O que acontece?Logicamente, a pilha inteira cai!
Não quero generalizar e dar uma receita de bolo da felicidade para a vida. Não é isso! Podemos ser felizes em uma área e infeliz em outra. O que vai diferenciar no todo é a proporção de importância que cada uma delas tem na vida de cada um. Então, se o vazio se refere ao afeto que não tem dentro de casa, não adianta comprar compulsivamente, não preencherá. Se tem problemas no trabalho, não adianta nada buscar prazer na bebida ou na droga. Se o sonho é constituir uma família, sair transando com qualquer cara satisfará o corpo, mas não a alma. Pelo contrário, todos esses prazeres vão remeter sempre à insatisfação, pois depois da compra vem a culpa, da droga, a depressão, da transa ocasional, a solidão. Não estou falando que não devamos cultivar o prazer, mas sim de qual deve ser a função dele, em qual medida. O prazer deve ser vivido, mas o valor tem que ser dado às coisas certas.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
sofrimento e crescimento...
Envelhecer é inevitável, crescer é opcional...
Não sei de quem são, mas gosto muito!
as palavras, as ações e a alegoria da caverna
Fora desse ambiente, é possível perceber o quanto as pessoas camuflam respostas, invertem papéis e dissimulam para escapar à responsabilidade de uma decisão, de atos (quando se está fora da relação em que acontece isso, pois é difícil detectar no exato momento em que acontece e conseguir sair dessa armadilha). Assim, as conversas são cada vez mais superficiais e as relações viram um jogo de xadrez, onde quem não topa entrar no jogo, já perdeu. E perdem muito. E perdem todos os jogadores, na verdade, só que um tem a ilusão de que sai ganhando. Perdem todos, já que temos que aprender a conviver com a superficialidade, com os jogos, com as “mentiras boas” (a sofrer e a fazer), para estarmos preparados e não nos abatermos tanto com as pessoas. E assim que se inicia o efeito “bola de neve”. Pessoas falsas levam à outras pessoas o medo, estas, machucadas, tendo geralmente como opção duas vertentes: ou se escondem ou atacam, que, em qualquer alternativa aceita, acarreta uma defasagem nas relações. Claro, existem aqueles que apenas recebem o “simulacro”, elaboram e conseguem seguir em frente sem transpor para outras relações o mal que sofreu em anteriores, mas ainda conheço poucos que assim o fazem e os admiro muito.
Assim é fácil e até compreensível o porquê do sucesso de redes sociais mediadas pelo computador: mostro o quanto de mim quero mostrar, o quanto que não tenho em mim que gostaria de mostrar e assim mantenho relações “distantes” com as pessoas (e claro, faz parte das “boa mentiras” – as que garantem inconscientemente a segurança do eu- negar que se faz isso até a morte e jurar perfis repletos de sinceridade). Assim é mais difícil de sair machucado, tudo acaba com Buddy´s Poke (aquele bonequinho que representa a pessoa no orkut) se esmurrando, quase nunca culminando numa lágrima virtual. Triste é ver tais relações no mundo real...
Afinal, por que o real do (de) ser dói tanto? Será que temos tão pouco de bom para mostrar que não confiamos mais que valores positivos ainda existam, não só em si, mas também no outro, o tanto suficiente para podermos simplesmente existir, ser, pleno?
Sei que estamos cientes do que há de bom em nós. Acredito que saber qual a medida certa destes valores em si é um começo para sair do “falso” que o é por ser exagerado ou minimizado determinado valor. A partir de então, permitir dar esse “melhor” para alguém, e então, compartilhar. Quero viver em um mundo onde a surpresa não seja por atos de bondade, honestidade, e que o ruim seja motivo de indignação e combate, e não de conformismo e pertença ao “normal”. Respeitar uma opinião diferente, um ato diferente é completamente diferente de submissão ao que se vê, ao que se impõe. Podemos sim, e devemos ter iniciativa e colocar nossa opinião. Quem cala, não só consente, mas também se responsabiliza por sua escolha.