quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Brincadeira de amar


               

Ando pensando que as pessoas entendem tudo errado sobre quando falam das armadilhas do amor. Geralmente baseando-se na observação dicotômica entre contos de fadas e relacionamentos fracassados, acham... querem achar, que a armadilha está em ser pego e preso de surpresa, arrebatado pelo sentimento. Perder o controle nessa armadilha deliciosa de sentimento. Armadilha volúvel. A realidade é sempre tão mais criativa e surpreendente...e mais difícil de compreender, de identificar, de viver. A verdadeira armadilha do amor está em descobrir aonde ele está, numa brincadeira de esconde-esconde. Começa com a pergunta principal de constatação difícil: aonde ele foi parar? Aí você descobre que o que você achava que tinha era a primeira peça que o amor te pegou: era a paixão disfarçada. Desilusão. A paixão é uma grande gozadora!  Então começa a brincadeira. Primeiro você tem que superar a frustração de sentir que perdeu um jogo ganho quando o que achou foi a paixão, e ela já não está nesse jogo. Agora você tem que procurar o amor em outros lugares não tão óbvios, fora de si mesmo. Por onde começar?  Aí que mora a armadilha. Se você não olhar direito, não vai encontrá-lo, e ele se esconde nas peculiaridades, nos detalhes.

Entre tantas peculiaridades idiossincráticas que somente a quem tem intimidade é possível perceber,  há cílios enrolados a noite, de piscadelas de olhos, de piadas sobre quem ligou pela manhã, de um jeito humano e crítico de ser, de um olhar que convida sempre pra um abraço gostoso...
Você descobre que ama detalhes do outro, da relação, "...detalhes tão pequenos de nós dois...", diria o Roberto Carlos.
Clichê!
Não sei porque é fácil ignorar logo esse, o que parece o mais sensatos dos clichês, pois está no meio termo entre o conto de fadas onde o amor se retroalimenta por si só, sem exercício de nenhuma das partes, e o destinado fracasso da instituição falida da relação monogamica e duradoura, geralmente propagado por céticos, divorciados ou as duas coisas juntas! Por que por vezes é tão difícil aceitar a presença dos clichês?!
 Mas o principal deles, o que realmente é preciso admitir e permitir, é  querer viver feliz, brincando de esconde-esconde, para sempre!.. ...

...intermitentemente solteiro(a) ou com alguém escolhido para vida toda!