domingo, 10 de maio de 2009

Ping pong com minha mãe


Sempre acreditei que fosse assim: nascíamos como quem chega no meio de um filme longo e complexo e cabia à alguém nos explicar o filme, os personagens, protagonistas, antagonistas, o enredo, enfim. Cabia aos pais explicar. Depois entendi que não estávamos só vendo o filme, fazíamos parte dele. Nessa construção de minha história sempre questionei sobre o que é mais importante: nascer ou dar a vida? Quantas vezes disse que "não pedi pra nascer" e imagino quantas vezes minha mãe deve ter se perguntado "por que inventei de ter a Mariana" (sem remorso. apenas admito ter sido uma adolescente difícil, porém dificilmente normal para esta fase, eu acho). Fato é que nascer é fácil, a vida que é, algumas vezes, difícil. Mas querer dar sua vida para uma outra é uma escolha altruísta. Não que todas as mães tenham pensado nisso quando "optaram" por ter um filho, nem muito menos que tenham tido essa atitude quando os tiveram, mas minha mãe teve. A MINHA. Por várias vezes desejei ter outra... Mas no fim, mesmo tentando, a mãe nunca é perfeita. E é com elas que você tem o primeiro aprendizado de amar o imperfeito, aceitar as diferenças, saber lidar com o carinho demais ou menos, o cuidado excessivo e a falta. Aprende a se virar sozinho com a falta que ela provoca, e sempre haverá falta de algo. E amar o imperfeito é o maior resultado da procura da felicidade, ao meu ver, e essa relação primeira ensina isso.
Vou lembrar sempre do momento em que entendi que não poderia ter cobrado tanto de minha mãe. Quando fiz 25 anos, naturalmente ela me ligou para me parabenizar. Lembrou –se então de quando tinha minha idade e já tinha 2 filhas, um marido, responsabilidades de quem escolheu a profissão "dona de casa" e comentou: e você ainda é uma menina. E para mim foi como tivesse dito a si mesma: ela ainda era uma menina. Ela também ainda não tinha entendido o filme direito, mas optou por acreditar que seria um filme com final feliz. Um filme com onças, vários cenários, entra e sai de personagens e com "Eu te amo" no final".

5 comentários:

  1. Hummm...meus parabéns...muito bom o texto!! Está no caminho certo...beijosss!!!

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  2. Realmente emocionante esse texto.
    Mães serão sempre mães, amigas e crianças, como nós também sempre (isso no caso de ser crianças) também seremos`.
    Ótimo texto.

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  3. Parabens pelo texto!!!
    Sempre escute sua mãe, pois pelo pior que pareça, ela sempre sabe o q faz e quer o seu bem...
    Ame-a até sua morte, mesmo q a morte dela venha antes....
    Bjos

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  4. E a gente leva essa aprendizagem mãe-filho para o resto da nossa vida, por todos os cantos e abraços por que passamos, não é? :)

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  5. Primeira vez que apareço aqui no seu blog...:)!
    Tá muito legal!!
    Na minha opinião, nossos pais são as pessoas mais importantes das nossas vidas, pelo menos os meus são. Sáo os meus melhores amigos!Pessoas que sei que sempre posso confiar e contar, que querem o meu bem acima de tudo.
    Confesso que sou muito sortudo de ter uma família assim, pois sei que isso nem sempre acontece com outras pessoas!
    Beijos Mariana!parabéns pelo blog!
    entre no meu tb:www.neuroniosesinapses.blogspot.com

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